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Seguro nos Empréstimos x Venda Casada

Atualizado: 1 de abr.



O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE ESSE TIPO DE PRÁTICA COMERCIAL PREJUDICIAL AOS CONSUMIDORES.

Você sabia que, em alguns casos, a cobrança de seguro prestamista juntamente com um empréstimo pode ser considerada venda casada? Isso acontece quando uma instituição financeira condiciona a aprovação de um crédito à contratação de um seguro, prática que é ilegal e fere os seus direitos como consumidor. Neste artigo, entenda como identificar essa prática e o que você pode fazer para proteger-se.


O QUE É SEGURO PRESTAMISTA E QUANDO ELE SE TORNA ABUSIVO?

O seguro prestamista é um tipo de seguro oferecido pelas instituições financeiras para garantir o pagamento de um empréstimo em caso de imprevistos, como falecimento, perda de emprego ou invalidez. Embora seja um produto legítimo, ele pode se tornar abusivo quando é imposto de forma obrigatória para a contratação de um crédito ou quando a sua contratação não é claramente explicada ao consumidor.

A venda casada ocorre quando a instituição financeira obriga a contratação do seguro prestamista como condição para a liberação de um crédito, o que é vedado pelo Código de Defesa do Consumidor. O consumidor não pode ser forçado a adquirir produtos ou serviços adicionais para ter acesso a um serviço principal, como um empréstimo.


COMO IDENTIFICAR A VENDA CASADA?

Existem algumas situações em que a venda casada de seguro prestamista pode ser facilmente identificada:


  1. Imposição do seguro como condição para a liberação do crédito. Caso o banco ou instituição financeira condicione a concessão de um empréstimo à contratação de um seguro prestamista, isso caracteriza a venda casada, que é uma prática ilegal. O cliente não pode ser obrigado a contratar um seguro para ter acesso ao crédito solicitado.

  2. Ausência de explicações claras sobre a contratação do seguro. Em muitos casos, o seguro prestamista é oferecido sem que o consumidor compreenda suas condições ou mesmo sua necessidade real. Se o seguro for cobrado sem a devida transparência, é um indicativo de que a contratação foi feita sem a devida orientação ao consumidor.

  3. Cobrança de valores indevidos ou não acordados. Algumas instituições financeiras cobram o seguro prestamista de forma disfarçada, sem que o consumidor tenha autorizado a contratação. Isso pode ocorrer quando o valor do seguro é descontado diretamente das parcelas do empréstimo, sem o seu consentimento explícito.





O QUE FAZER SE VOCÊ FOI VÍTIMA DE VENDA CASADA DE SEGURO PRESTAMISTA?

Se você identificou que foi obrigado a contratar um seguro prestamista junto com seu empréstimo, é possível tomar algumas providências para proteger seus direitos e evitar prejuízos:


  1. Verifique o contrato de empréstimo. Revise o seu contrato de crédito com atenção. Confira se o seguro prestamista foi incluído sem o seu consentimento claro e se as condições do seguro foram informadas de forma transparente.

  2. Solicite o cancelamento do seguro. Se o seguro foi imposto sem a sua autorização ou se você não deseja mais contratá-lo, entre em contato com a instituição financeira para cancelar o seguro prestamista e solicitar a devolução dos valores pagos indevidamente.

  3. Registre uma reclamação no Bacen e no Procon. Caso o banco ou instituição financeira não resolva a situação amigavelmente, registre uma reclamação no Bacen e no Procon ou em outros órgãos de defesa do consumidor. Eles poderão mediar o conflito e buscar uma solução para o problema.

  4. Ação judicial. Em casos de negativa de cancelamento do seguro ou de devolução dos valores pagos, é possível buscar a justiça para garantir o seu direito. Você pode solicitar a restituição dos valores pagos indevidamente e, se for o caso, até pedir indenização devido à prática abusiva.


A VENDA CASADA DE SEGURO PRESTAMISTA PODE GERAR DANO MORAL?

Sim, a venda casada de seguro prestamista pode gerar dano moral ao consumidor, especialmente quando a cobrança ocorre de forma não transparente ou quando o consumidor se vê obrigado a pagar por um produto que não desejava. A prática abusiva das instituições financeiras pode resultar em prejuízos emocionais e financeiros, e, nestes casos, o consumidor tem o direito de ser compensado pelos danos sofridos.


O QUE FAZER SE VOCÊ DESCUBRIR QUE FOI OBRIGADO A CONTRATAR UM SEGURO PRESTAMISTA?

Caso você descubra que foi forçado a contratar um seguro prestamista, siga estas orientações:


  1. Entre em contato com o banco ou financeira - Solicite a rescisão do contrato do seguro e a devolução das quantias cobradas de forma indevida. O banco tem a obrigação de fornecer informações claras sobre qualquer produto oferecido. Anote os protocolos.

  2. Peça um detalhamento do seguro - Exija um detalhamento das condições do seguro prestamista e verifique se ele realmente foi uma exigência para o seu empréstimo. Caso o banco não forneça uma explicação clara, isso pode ser um indicativo de que a venda foi feita de forma irregular.

  3. Registre uma reclamação no Bacen e no Procon - Se a solução não for alcançada diretamente com o banco, registre uma reclamação formal nos órgãos de defesa do consumidor, como o Bacen e o Procon. Isso pode facilitar a mediação da situação.

  4. Considere buscar a ajuda de um advogado especializado - Se o problema não for resolvido por meios administrativos, procure um advogado especializado. Ele poderá orientá-lo e, se necessário, entrar com uma ação judicial para garantir a restituição de valores e, em alguns casos, até mesmo o pagamento de indenização por danos morais.


CONCLUSÃO

A venda casada de seguro prestamista é uma prática ilegal que prejudica os consumidores, colocando-os em uma situação de desvantagem. Se você se viu envolvido em uma contratação de seguro prestamista de forma impositiva ou sem a sua autorização, é importante buscar seus direitos. O cancelamento do seguro e a devolução de valores cobrados indevidamente são ações que podem ser tomadas para corrigir essa situação.


A revisão dos seus contratos e a busca por orientação jurídica especializada são fundamentais para garantir que você não seja prejudicado por práticas comerciais abusivas.

Se isso acontecer com você procure, o mais rápido possível, uma advogada de sua confiança com experiência em Direito Bancário. 


Nesse momento, contar com a ajuda de uma advogada é a melhor maneira de garantir todos os seus direitos.



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